quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ano 4 . Nº 51 . Abril 2009

No mudo

Tânia Gomes da Rocha


Meu mundo se funde em silêncio, 
que cala poesia e leva-me ao vazio imenso.
Embora as palavras existam, elas existam em formar-se em frases,
ofusca-me a própria imagem e me dá um sabor de derrota.
Eu sei isso já não mais importa.
Calo-me pra não gritar para o mundo
 que por dentro e no fundo estou morta.
Vivendo a cada dia, na esperança do resgate distante,
 choro, procuro minha alma errante.
Finalmente eu tento gritar, mas não tenho mais forças,
 nem se quer posso agonizar.
Tão grande é a dor que sinto, não posso mais disfarçar.
Sem você em minha vida, não posso mais recitar.
Poesias que me faziam expressar, o que o mundo não pode entender.
Calo minha voz tão solene, na esperança de não te perder.
 
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Versos Mudos Costurados de um Futuro sem Passado

Glenda Way Kaulitz

Às vezes eu me pego pensando no passado.
E vejo como ainda continuo presa a ele.
Como se eu estivesse vendo aquele
mesmo velho filme sobre nós, repetidas vezes.
As passeatas deles, lembram-me de teu nome.
Todas as cores me lembram de tuas palavras
E eu que acreditava no pra sempre,
hoje sei, que nenhum sentimento é verdadeiro.
Vejo que aos poucos, sem que tu voltes pra minha vida,
eu arrumei um outro alguém pelo qual derramarei minhas lágrimas.
Só que dessa vez parece muito pior,
Não parece valer a pena lutar.
Não há esperança.
E escrevo esses versos mudos costurados
de um futuro sem passado, pra tentar dizer,
que só eu fui capaz de entender o que era melhor
pra você.


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Elara (soneto 11)
Marcüs Beaumont


Sem um dos braços prostre-se o mal
Gabriel em compaixão se desarma
Finda a guerra? Talvez alarma
Fizera então surgir aquele sem igual

Erguendo Leviatan extrai seus ossos
O senhor das profundezas bebe vingança
Contra insubordinado vê semelhança
Do golpe que lhe deixara em destroços

Queimadas são as legiões
Trucidado cada traidor
Um a um, triste e dolorosamente

Gabriel se recolhe aos campeões
Resistência poderosa em esplendor
Vitória alcançada ferozmente...

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SEM TÍTULO

Juliana Grisolia

Fatal existência que nos permite sofrer

e definhar na mais podre permanência nesta vida.

Brincam com nossos pensamentos

e quando percebemos já é tarde

e mais uma vez nos enganamos.

A putrefação de corpos

em alcovas abandonada

entregue a bichos que se destinam a destruição da matéria.

Saber o quanto se sofre é doloroso,

mas padecer é pior ainda,

por isso percebo que vivo o nada

onde todos são invenções

e em determinados momentos mostram suas caras,

que liberam odores da real destruição existente.

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A Lembrança Tua

João Correia

Corto meu dedo
E vejo meu sangue
Golpear cálido
A rubra e delgada face.
Pego minha negra pena
E escrevo com a força de meus nervos
Afogado sobre a lama
De meus pensamentos em caos!
E sobre esta alva face
Fortes traços, risco
E dentre esse e aquele
Pode-se ler dentre alguns, este trecho:
“Em teus olhos claros
Vejo tua chama a crepitar
Enquanto afaga meus cabelos
E sobre minha boca a tua vem a pousar!
E dentre estes doces afagos
Sinto meu peito pouco a pouco acalentar,
No mesmo ritmo vejo tua imagem
Paulatinamente a esvaecer-se na bruma
Tão densa e áspera sobre o mar,
E tua voz antes de sumir diz “adoro te amar!”
Uma última gota brota de meu dedo,
Finda-se mais uma de minhas quimeras
E sobre meu leito deposito meu sono
Onde ainda posso ouvir tuas últimas palavras!

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Mil veces

Ayska Froes

Seré parte de tu piel,

de tus labios, de tu fuego,

seré objeto de tus sonrisas,

de tus miradas,

de tus caricias,

seré tu sueño de amor y tu realidad de sentir...
Mil veces intento olvidarte,

mil veces vuelves con tu belleza tierna y penetrante,

mi voluntad es de tu amor y mi amor es tuyo.
Susúrrame un beso,

un beso de placer,

un placer con sabor,

sabor a tus labios,

labios de fuego,

fuego en tus caricias,

caricias que aman ...ámame.
Miro en el espejo de tus ojos y solo encuentro amor,

mis caricias encontraron tu cuerpo,

y mis labios fueron directos a conocer tu boca,

tu voz me sonó a música divina y caí en tu amor.