segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ano 5 . Nº 59 . Dezembro 2009

Sarcófago de Cristal
Hed Tácylo

A beleza já não é o suficiente,
A transparência serve de maquiagem para a sela indestrutível,
Quero me libertar desta prisão invejável. Estou preso por vontade.
As mordaças de seda dourada tapam minha voz,
morro a cada segundo.
Doce veneno em minhas veias, o beijo noturno da morte é letal,
Como posso escapar da prisão construída por mim?
Apenas a morte me libertará, não há maneira de libertar-se
do destino modificado por vontade.
Único caminho a seguir, não a outro destino.
Entrego-me aos frios braços da dama Necrótica,
Minha alma segue pelos rios de sangue,
sendo levada pela correnteza suave.Ao fim do curso do rio,
me deparo com a morada eterna da alma,
Agora sepultada a alma não há mais possibilidades.
Nada mais pode ser feito, o coração nem ao menos pulsa,
não há mais ar nos pulmões.
A cada segundo uma pessoa no mundo perde a lembrança da sua existência.
Mas não esquecem o brilho do sarcófago de cristal inviolável.
.....

Medo de mim
Karen Lisboa

Percorro teu corpo em pensamento
Desejo você ao meu lado
Suporto tua ausência como um sacrifício cruel.
Quando tua boca pronuncia meu nome
eu tenho medo de mim,
Quando teu corpo me abraça
eu tenho medo de mim.
Poesia de sangue escorrendo
versos de um sentimento impossível,
eu morro a cada dia sem você.
Sou uma mão trêmula em busca da tua mão
vago inquieta pela sombra do teu pensamento,
como uma folha seca arrastada pelo vento.
.....

Nunca
Marcelo Garcia

Nunca arisquei me perder de vez
nunca fui ágil o suficiente para deter meu grito insano.
Nunca fui eu.
Revestido de sentimentos anulados
eu quero um instante sem mim
sem me pertencer.
Quero dor, quero silêncio,
quero estar vazio de mim.
Nunca me dei por inteiro
Nunca fui eu.
Agora percorro estradas escuras
caminho por trechos sem saída
tento fugir do que restou de mim.
.....

Razão do meu viver...
Brenda Nurmi
Ainda sei de cor a seqüência do teu numero
Mas os meus dedos já não os discam mais...
Da minha boca saem múrmuros
Para que meus lábios não lhes digam...
Que você ainda é a razão do meu viver,
E seu olhar ainda mexe com meu ser
Pra que dizer se você nem quer saber
Pra que querer se eu não posso mais te ter...
Eu to tentando esquecer o quanto eu me lembro de você!
Qualquer palavra teima em cruzar meu pensamento
Só pra me fazer lembrar o sentimento aqui de dentro...
Eu sei é masoquismo te quererMas também sei,
que se eu pudesse escolher
Eu não iria gostar de você!
Mas o que eu posso fazer?
Se em outros braços não tem o teu jeito de ser...
Se aquelas lábios sem calor,Não são do meu amor...
.....

Uma Voce
Marcüs Beaulmont

Tua voz me ilumina, me sacia
Tua voz me carrega, me acende
Tua voz conforta, me entende
Tua voz me ressuscita, me assassina
Uma voz me completa, enternece
Me humilha, levanta, amolece
Me cria, me deixa, faz uma prece
Traz-me a razão quando enlouquece
Essa voz contende dentro da paz
Carregando em si a finitude doce
E trovadora de um poema
Arranca de mim, um eu audaz
Leva-me a paixão, a corte
Num timbre de voz suprema