The Books
Glenda Way Kaulitz
Os livros são os únicos que não irão trair-te.
São os únicos que te ouvem em silêncio,
São os que acolhem tuas lágrimas,
e que pouco a pouco, dão sentido a tua vida sem graça.
Quando você mergulha dentro de uma boa história,
Consegue esquecer do quão ruim anda tua vida.
Não és mais que um poeta solitário.
Nadando em versos mudos costurados.
Nada mais és que tinta sem tela,
Que uma folha de papel sem a caneta,
Nada mais és que um quarto vazio,
de um futuro sombrio.
Mergulha e agarra-te naquele velho romance,
e vive-o outra vez, outrora, já é hora.
Como você o queria para si.
Mas ele não existe.
A vida se resume em poucas linhas,
e a sua, nem sequer dá um bom livro.
As páginas estão riscadas, rasgadas e amassadas,
repleta se coisas que tu anseias esquecer.
Você é um livro, de capa negra e dura,
a capa, são teus negros olhos,
as palavras duras, são teus fortes traços,
o sofrimento, tuas marcas, o fim, tua morte.
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Adeus
Brenda Nurmi
Quem me dera poder te entender,
Quem me dera saber decifrar o que me diz o teu olhar...
Se ao menos eu pudesse parar de te querer,
De pensar em como pode dar errado...
Uma coisa tão simples que conseguimos complicar!
É difícil de aceitar... De ver tudo acabado...
Sem o teu olhar, sem a tua atenção, sem teu toque...
Sei que não tem volta e nem quero que tenha.
Você não deu valor quando me teve em tuas mãos;
Não vou negar que isso dói no coração,
Mas minhas lágrimas vão secar, vou te esquecer...
Só queria que soubesse como me sinto,
O quanto tenho sangrado por dentro...
Mas agora eu te peço distancia...
Não quero mais sofrer por você;
Cansei de chorar e de te olhar com esperanças...
Dizer adeus nunca é fácil,
Mas não precisava sair da minha vida sem explicação.
Como eu não sou igual a você e nunca fui,
Eu dispenso a tua presença pra sempre...
E quando você olhar pra trás e não me ver,
Saiba que estarei nos braços
de quem não sabe machucar como você...
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Elara (soneto 15)
Marcüs Beaulmont
Liricamente as fendas se abrem
As profundezas escuras e silenciosas
Um fim injusto de uma história calamitosa
Num vazio indolor eles jazem
Na queda, o ultimo beijo
E um abraço sem igual no céu
Do inferno se despedem réus
A eternidade é o ultimo desejo
Um inédito sorriso de asas de metal
Cálido amor e redenção em último instante
Entre o suave abraço de Elara
O impacto no mar sem sal
Esquife eterno, cristalino e cintilante
Amor eterno, em eternidade se encerrara.
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Atalho
Juliana Amaral
Autocontrole, instante sóbrio
passos dados para trás
ligeira vontade de fugir
de riscar o silêncio
de rir de si mesma.
Mergulho na escuridão
caminho ainda trêmula
percorro os degraus do desconhecido
eu quero ver o invisível em ti,
aquele sorriso que não consigo esquecer,
quero alcançar suas mãos em movimento.
Procuro por um atalho
que me leve até você,
Suplico um segundo de luz
preciso encontrar um rastro
uma voz
um suspiro conhecido
preciso ter certeza que estou no caminho certo.
Ouço vozes
ouço uma música longe
um fio de luz
um corredor
a porta aberta
não há “ninguém”
apenas pessoas se divertindo com o Nada.
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À Sanidade
Pablo Augusto
Consome em mim o desejo
Derrama tua vida vermelha
Sobre minha vida velha
Cala-me em um mórbido beijo.
Açoita-me o ego, coitado,
Pois ele só enxerga vaidade
Em meu âmago, tola verdade,
É só o que tenho criado.
Escarra minha boca seca!
Quero o gosto de tua raiva
Como beija-flor a beber seiva.
Põe em mim o pior de te
A consumir minha felicidade,
Caminho obstruido a minha sanidade...