quinta-feira, 5 de março de 2009

Ano 4 . Nº 50 . Março 2009

Onde você está?

Jennifer "Loneliness Pain"

Em cada passo, um sussurro...

A incerteza do amanhã...

O sangue correndo nas veias, estourando os caminhos...

Arrancando de mim meu último suspiro...

Sem você nada mais me serve...

E sem saber como será meu dia...

Ainda tento esconder você de mim....

Já nada mais me guia...

Esperando o sol me tocar, te vendo tão longe...

Já não consigo respirar mais...

Para onde você quer me levar?

A loucura me rodeia...

Sem você nada mais me serve...

E sem saber como será meu dia...

Ainda tento esconder você de mim....

Já nada mais me guia...

E agora para onde vou sem você?

Para onde vou sem ter meu destino?

Como respirar sem seus passos, sem sentir seu calor?

Para onde vou, sem ter você?

Para onde vou sem você...

Sem ter seu suspiro...

Seu último brilho no olhar?

Me deixe seguir...

Distante...

Frio...

Sozinho...

Sem você nada mais me serve...

E sem saber como será meu dia...

Ainda tento esconder você de mim...

Já nada mais me guia...


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Eterno

Glenda Way

Grito!
Perfeição nasceu!
No sorriso de teu rosto
meu olhar se agrega!
Encontre-me,
atravesse a neve e a escuridão!
Eu sei que está perdido,
mas através de mim, tu acharás a cura!
Sei que por longas noites você terá de sangrar,

mas essa dor também é minha darilyn!
Grito!
Ódio meu morreu!
Teu amado partiu!
Foi atrás do que realmente lhe fazia bem,
foi atrás do realmente era certo pra ele!
Venha, venha até mim querido,
Não gaste mais teu tempo,
Não derrame mais nenhuma lágrima,
não me faça sangrar mais uma vez,
e sempre mais e mais!
Venha, acenda a luz da sua lanterna nessa neblina meu amor!
Venha até mim, você está perto de conseguir!
Sim, eu era a tentação!
Agora é tarde, sua alma, teu corpo, tudo
tudo me pertence pra sempre!
Você não pode mais fugir, eu sou tua escuridão
e teu destino eterno!


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Fugaz
Brenda Nurmi


Assim como começou, terminou...
Tão rápido e fugaz,
Ao fechar meus olhos
Posso te ver claramente,
Sinto tua mão a me puxar pela camisa
E posso até jurar que sinto
O teu perfume pairando no ar...
Desperto com um barulho qualquer,
Que me trás para a realidade...
Faltam poucas horas
Para eu ir te encontrar,
Sem os teus lábios poder beijar...
O teu olhar eu terei de encarar,
Sem saber ao certo o que têm eles a me dizer,
Será delírio acreditar que tu irás querer
O mesmo que eu vivo a sonhar?
Deixo então a ilusão me levar...
Sei que estou caindo
Num abismo sem volta...
Meu espírito agora se entrega para a morte,
Minha alma se perde por este amor doentio!


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Você
João Correia

Na tua boca de sangue
Cuspo minhas verdades
E sacio minhas vontades
E tu balbucias um me large,

Abrace-me e trague meu ser
Que no teu leito de lago
As memórias tuas trago e trago
Como alvo corpo a esvaecer!

No fim apenas penso em você,
Nua em teu leito sobre meu peito
Sussurrando com teu rubro lábio
Limpando neste alfarrabio

Seus intensos desejos de me ter...
E quanto mais me amas
E por mim crepitas tuas chamas,
Mais me perco de você.


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Elara (soneto 10)
Marcüs Beaumont


Ergueu-se Gabriel com seus olhos acesos
Espada monumental em punho
Sede de justiça, silente em arrulhos
Seis asas brancas, longos cabelos presos

Caminha Leviatan...pisando castelos
Escoltado por gárgulas da catedral ruída
Face como coiote, couraça destruída
Chifres afiados, ódio dos ombros aos artelhos

Confrontam-se diante dos palácios do limbo
Como feras atravessam o salão de Eva
Asas entranhadas nas carne celeste

Espadas iluminavam de Alkasis a Zimbro
E o demônio dos mares se eleva
Traspassado pelo anjo, perniciosa peste...


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A terça parte do infinito

Mozileide Neri

O vento da janela de trás
trás consigo a carga
o silêncio em brasa
a casa vazia de tudo
e cheia do nada
o nada que restou, agora é cinza
poeira sobre os vidros cegos.

O vento da Janela de trás
e eu o senti, como uma brisa
acariciando meu rosto
torto, prestes a cair.


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Silêncio coberto de vermelho

Juliana Amaral


Gritos, lágrimas, medos

por onde recomeçar?

Sonhos, lembranças, tragédias

Por que recuar?

Paredes machadas de verdades sigilosas,

corredores silenciosos.

Pulso aberto escorrendo covardia.

Existência vazia

procurando o indizível.

Vida aprisionada

a um vermelho silencioso.

Alma coberta de vermelho.


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