domingo, 3 de outubro de 2010

Ano 5 . Nº 69 . Outubro 2010

Juliana Amaral
Solidão
Ó vida desesperada
de solidão interminável.
Ó lembranças
de tormentos.
Ó coração castigado
por dores e sentimentos.
Ó solidão que não passa
é triste o fim de meus dias
ando sempre chorando.
*****
Nix
Negação
Olhar
enluarado a pleno sol
dissonante ainda
a voz transpassando nítida
finas camadas de alma.
Passos distantes,
de um sonho confuso,
mão enlaçadas impunes
no silencioso instante.
Há dias tenho escondido rimas,
expurgando do meu ser
tua mágica presença.
Há dias invocando o silêncio
bou calar as reticências,
até que nada fique
ou signifique.
*****
Pedro H. Florêncio
Soneto de Reflexão
Às vezes a vida passa adiante
rente aos nossos olhos
é quando nos assustamos de repente
e percebemos que estamos velhos
Em épocas passadas, diríamos que era besteira
que tudo era devagar demais
então, saíamos em festeiras...
São épocas que não voltarão jamais
E se nós, velhos, oferecemos cortesia
somos logo mal vistos pelo público
Público em que estávamos antes
Ficamos, então, com forte azia
querendo sair da selva urbana, ainda pudicos!
Sabemos então o que é envelhecer adiante.
*****
Eliana Motta
Por nada, por ninguém
Simples assim.
Modo de amar fúnebre e caótico,
eu dei vida a sentimentos já exaustos
eu agora reluto, tento não ferir a mim mesma
tento ser, existir sem dor.
Amar sem dor.
Por nada, por ninguém
eu caminho só
vagando entre lembranças
com passos lentos demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sinta-se à vontade para comentar!